CTT lançam emissão filatélica dedicada ao uso das bicicletas em diferentes profissões

7 de Abril, 2025

Foto da notícia

Os CTT – Correios de Portugal lançam a partir desta segunda-feira, dia 07 de abril, uma emissão filatélica dedicada ao uso das bicicletas em diferentes profissões. A história deste meio de transporte remonta ao século XIX.

Em Portugal, as primeiras bicicletas terão chegado na segunda metade doséculo xix e seriam as Bicycles Michaux. No final do século XIX, estima-se que existissem no país cerca de oito mil velocipedistas e, nessa altura, o número de bicicletas importadas era já apreciável, pese embora a carga aduaneira proibitiva de que eram alvo, a que se somava o pagamento de selo e de licença municipal obrigatória.

Foram várias as profissões que durante décadas utilizaram este veículo como meio de transporte. No final do século XIX, a corporação de bombeiros de Coimbra estuda a introdução das bicicletas para condução do piquete de bombeiros no acompanhamento a incêndios fora da cidade. Também os Correios cedo começaram a utilizar a bicicleta como meio de transporte. Os boletineiros usavam-na para entregar telegramas e correspondência expresso, enquanto os carteiros ciclistas asseguravam a distribuição diária de cartas e encomendas.

Também nas Forças Armadas, o Exército português iniciou, no final do século xix, o uso experimental da bicicleta, sendo os militares que a utilizavam conhecidos como velocipedistas. O primeiro uso conhecido em combate conhecido de bicicletas pelo exército português, ocorreu durante a primeira grande Guerra Mundial.

Na Marinha de Guerra, as bicicletas foram utilizadas, em quase todas as unidades em terra e também em algumas unidades navais. Os soldados da GNR, deslocavam-se em bicicletas nas suas rondas pelas estradas e ruas das aldeias e vilas, transportando a sua espingarda junto ao quadro.

Também os guardas-florestais recorriam a este meio de transporte para se deslocarem.

Em muitas profissões, a bicicleta desempenhava também o papel de meio de transporte para a distribuição de mercadorias. Os padeiros utilizavam cestas de verga acopladas à parte traseira, enquanto os leiteiros carregavam as suas leiteiras de alumínio na bicicleta, andando de porta em porta. Já o carvoeiro distribuía carvão, e o peixeiro entregava peixe diretamente ao domicílio. Além destes, havia ainda o vendedor de gelados e até o assador de castanhas, que também usavam a bicicleta como meio de locomoção.

Com o aparecimento da bicicleta no meio rural, tornou-se hábito o trabalhador deslocar-se à vinha na sua bicicleta pasteleira e colocar na mesma os utensílios necessários a cada tarefa: a enxada, o podão, o serrote ou a tesoura de enxertia. Levava também um pequeno barril
com vinho, e o saco do “farnel”.

O amolador, profissão que ainda sobrevive em algumas regiões de Portugal, utilizava a bicicleta não apenas como meio de transporte, mas também como suporte para o esmeril, acionado por uma engrenagem conectada à roda da bicicleta. Levava também as ferramentas necessárias para afiar tesouras e facas, bem como reparar guarda-chuvas e sombrinhas. Esta profissão tem origem numa pequena localidade da Galiza, em Espanha, onde, para anunciar a sua chegada, os amoladores usavam uma flauta de pan, cujo som característico permanece vivo no nosso imaginário.

A história da bicicleta é um reflexo da contínua inovação humana, que ao longo dos séculos tem transformado este simples veículo numa ferramenta essencial de transporte e de liberdade.

Esta coleção do 1º Grupo é composta por cinco selos e as obliterações de primeiro dia podem ser feitas nas Lojas CTT dos Restauradores e Chiado, em Lisboa, Palácio dos Correios, no Porto, Zarco, no Funchal, e Antero de Quental, em Ponta Delgada.

Este 1.º Grupo de selos sobre a temática constitui a nova emissão-base, sobretudo destinada no passado ao consumo postal e que se vai manter pelo menos por dois anos.

Compre aqui